Thursday, May 3, 2007

Errância

Cruzar continentes, oceanos.
Desafiar os limites do mapa.
Sentir na cara o vento da manhã, olhar as côres do Pacífico ao fim da tarde.
Voltar a casa. Casa? Casa. Onde um homem pendura o chapéu, disse o mais errante dos errantes, quando descreveu a anatomia da errância. Não tenho chapéu. Mas tenho casa. Casa: é onde sentimos um sorriso quando, pela manhã, o sol nos entra pela janela.
Ou será que é onde encontramos quem procuramos e é por causa disso que sorrimos quando o sol entra pela janela? Já vi o sol através de muita janela, e não chamei casa a esses lugares.
Errando. Errante. Por aqui, por aí. Até. Até? Até a errância nos apontar um caminho sem saída. Casa. É aí. Abrimos a porta, entramos de mansinho, fechamos a porta. Inspiramos fundo e exalamos o que parece ser um volume de ar sem fim. Esquecemos os becos traicoeiros, e partimos para o futuro, que comeca no dia seguinte, com o sol a entrar pela janela.
Home is calling. A porta. A porta, onde está?

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